AS MULTIPLAS FACETAS ESCOLA
QUE LUGAR É ESSE
INTRODUÇÃO:
Neste trabalho pretendemos tecer crítica discursiva sobre o que realmente seja esse espaço chamado escola e as múltiplas facetas que ocorrem nesse lugar de convivência e de construção de saberes. É sabido que seja preciso quebrar paradigmas para que esse espaço possa de fato atender as necessidades de seus educando na comunidade em que estes estejam inseridos os fazendo refletir sobre o que permeia o mundo globalizado e as teias cuja quais estamos por muitas vezes submetidos sem nos dar conta disso
Diante do momento em que vivemos é notória a necessidade de travar discussões a cerca do curso que é preciso dar a esta tarefa de extrema responsabilidade que é construir o conhecimento para que esse possa servir de base nas decisões de cada homem e mulher que estamos ajudando a formar para a sociedade a qual estamos inseridos. A escola em sendo lugar de construção de saberes precisa, conhecer bem a comunidade, para desenvolver seus trabalhos no sentido de fazer cada aluno perceber o lugar onde se encontram e o lugar, onde querem chegara, e isso só se dará se os educarmos dentro de uma visão crítica e reflexiva.
Interessante é o que diz Milton Santos "lugar é o objeto ou o conjunto de objetos. A localização é um feixe de forças sociais se exercendo em um lugar." Isso caracteriza o lugar como imóvel e a localização como lugar móvel. Vendo a escola como lugar onde saberes são cotidianamente desenvolvidos para a formação dos cidadãos e observando que lugar é onde existe a construção desses saberes apropriados e próprios do conhecimento. Lugar esse que vivemos em grupo cada um com seu sentimento de pertencimento, marcando o tempo através das relações historicamente vividas, da convivência solidária e afetiva construindo cadeias entre essas relações. Percebendo o que diz: AUGÉ, Marc, “O espaço do não-lugar não cria nem identidade singular, nem relação, mas solidão e semelhança”, a escola poderia ser vista como lugar. E essa seria uma de suas facetas.
A escola seria um lugar, pois, além de tudo, ela é um espaço que possui histórias, e que desabrocha saberes, relações de parcerias, de amor, de confronto, de companheirismo e de solidariedade de todo o corpo que nela habita, a convivência com a comunidade e com os educando é solidária e cada um vai deixando suas marcas registradas de afetos e desafetos. Mas nesse mesmo espaço há situações que fogem ao controle e muitas vezes nos deixamos levar por imposições às quais devêssemos dizer não ou ainda nem percebemos as teias às quais estamos emaranhados.
Assim o currículo poderá nos servir de aliado nessa marcha rumo a uma educação libertária, o Mestre Paulo Freire em sua fala ressalta a necessidade dos educadores gerarem possibilidades para a construção ou produção do conhecimento pelos alunos. Insistindo que “...ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou a sua construção”, o conhecimento precisa ser vivido, testado, testemunhado pelo promotor pedagógico. Por sermos seres humanos esse raciocínio nos cabe e, como tal, temos consciência que somos inacabados. (pág 52)
Na organização do currículo é preciso considerar pontos básicos:
Primeiro o currículo não é objeto neutro. O currículo transporta ideologia, e a escola precisa determinar e desvelar os componentes ideológicos do conhecimento escolar que a classe dominante utiliza para manter seus privilégios. O ato do conhecimento escolar implica uma reflexão interpretativa e crítica, tanto da cultura que domina, quanto da cultura popular. O currículo expressa cultura.
Segundo ponto o currículo não pode ser desprendido do contexto social, vez que ele é historicamente, situado, e culturalmente determinado.
Terceiro ponto reporta ao tipo de organização curricular que a escola deve adotar. Em geral, nossas instituições têm sido orientadas a organização hierárquica e fragmentada do conhecimento escolar. A escola precisa inovar formas de organização curricular, em que o conhecimento escolar (conteúdos) estabeleça uma relação aberta e se inter-relaciona- em torno de uma idéia que possa inteirar.
Adaptar a organização curricular para fins libertários implica, em aclarar as visões, simplistas de sociedade, formada como um todo homogêneo, e o de ser humano, como alguém que aceita papéis precisos à sua adaptação ao contexto em que se encontra. Na visão crítica o controle social, é uma ajuda e contribuição para a contestação e a resistência à ideologia veiculada por intermédio dos currículos escolares.
Após o exposto voltemos ao lugar que a escola ocupa nesse contexto se bem observarmos o que toca à contraposição entre os conceitos de lugar antropológico e não-lugar, é relevante ressaltar que os lugares se entrecruzam, contrapõem- se, nos não-lugares, e vice-versa. Assim será mais justo afirmar que a escola é um entre-lugar, sinal de um momento em que o currículo precisa se alargar em seus conceitos e noções, abarcar as disciplinas na construção dos saberes múltiplos.
CONCLUSÃO:
Concluímos o trabalho observando que as possibilidades das discussões e leituras feitas a cerca do CURRÍCULO: ESPAÇO, TEMPO, LUGARES E SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM ministrada pelo professor Cleverson, nos arrebatou a um pensar mais apurado sobre a nossa prática, a extrema necessidade de não pararmos por aqui, em nossas investigações e ações de um fazer pedagógico cada vez mais critico reflexivo. E assim o que foi possível tecer sobre o que realmente seja esse espaço chamado escola e as múltiplas facetas que ocorrem nesse lugar de convivência e de construção de saberes. É sabido que seja preciso quebrar paradigmas para que esse espaço possa de fato atender as necessidades de seus educando na comunidade em que estes estejam inseridos, os fazendo refletir sobre o que permeia o mundo globalizado e as teias cuja quais, estamos por muitas vezes submetidos, sem nos dar conta disso
Freire retoma em sua fala a necessidade dos educadores criarem as possibilidades para a produção ou construção do conhecimento pelos alunos. Insiste que “...ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou a sua construção”, e que o conhecimento precisa ser vivido e testemunhado pelo agente pedagógico. Esse raciocínio existe por sermos seres humanos e, como tal, temos consciência que somos inacabados. (pág 52)
Assim compreendemos a escola como um entre-lugar, sinal de um momento em que o currículo precisa se alargar em seus conceitos e noções abarcar as disciplinas na construção dos saberes múltiplos de seus educando e nela havendo, as relações de conflito, acomodação, reflexão, critica, e saberes a serem construídos numa prática libertária, mas sem perder de vista que estamos subordinados ao capitalismo e a globalização. Estamos indo a passos curtos na transformação desse espaço em lugar ou será utópica, tal afirmação.
REFERÊNCIAS:
• Currículo, Diversidade e Equidade, Roberto Sidnei Macedo, EDUFBA, 2007.
• Currículo: Questões Atuais, Antonio Flavio B. Moreira, Alfredo Veiga Neto, Elizabeth Fernandes de Macedo, José de Souza Miguel Lopes, Lucíola Licínio de Castro P. Santos, Sandra Mara Corazza, PAPIRUS, 2004.
• Documentário sobre Milton Santos – “ Um Diálogo com Milton Santos”.
• Da Totalidade ao Lugar, Milton Santos, EDUSP, 2005.
• FREIRE, Paulo Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática
• Filme A Missão, 1986, Roland Joffé.
• Educativa. São Paulo:. Paz e Terra, 2002. 165 páginas.
• O Espaço do Cidadão, Milton Santos, NOBEL,1987
• http://br.geocities.com/jorgematheus2002/09mst.htm, acessado dia 04 /07/2008
• http://revcom2.portcom.intercom.org.br/index.php/famecos/article/view/368/298 Revista FAMECOS • Porto Alegre • nº 23 • abril 2004 • quadrimestral acessado 06/07/2008
• VEIGA, Ilma P.A. (org) “O Projeto Político Pedagógico da Escola: Uma construção possível. 11ª ed. Campinas, Papirus, 2000
AIDIL BISPO BRAGA
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Um comentário:
Bem legal os gadgets que você usou aqui no blog.
Só faço uma sugestão: faça postagens menores pq elas chamarão mais atenção do seu leitor..
Abração!
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