Dedicada professora, cumpridora de todos os seus deveres, mulher de pulso e muito recatada, adorava lecionar, em verdade era sua maior satisfação. Passava os fins de semana fazendo tarefas diversificadas para as turmas em que lecionava; nas datas comemorativas costumava fazer cartazes e murais com os temas em foco para a decoração da sala, gostava de tudo bem arrumado e em seus lugares.
Passou o final de semana arrumando as provas e trabalhos dos alunos, para que tudo estivesse perfeito no dia da festa de fim de ano. E ela já começara a sentir saudades da turma mesmo antes da festa ter começado, só de pensar que passará as férias, distante dos alunos, sofria. Preparou tudo com esmero, comprou as lembrancinhas, sabe como é toda professora quer dar um presente a seus alunos. Arrumou todas as sacolas em cima da mesa para que, na manhã seguinte, não esquecesse nada.
Acordou cedo, fez as coisas de costume e lá se foi carregada de sacolas, pasta e classificadores. Feliz da vida dirigiu-se a parada de ônibus e aguardou pacientemente que ele passasse. Às seis e trinta da manhã veio o ônibus e a professorinha pega seus materiais, sobe, arrasta-se entre os três degraus e um pequeno corredor até chegar à borboleta de passageiros.
Diz a professora sorrindo ao cobrador.
- Bom dia!
Ele responde com ar animador.
- Bom dia!
Ela pega o dinheiro da carteira e paga a sua passagem. Aguarda que o cobrador lhe dê seu troco. Em meio à espera... o motorista que estava a correr muito, deu uma brecada e... Imaginem só, a professora vestia um vestido de botões de pressão e a roupa se abriu completamente!
O cobrador, que não era besta nem nada, tentava um lance. Com as mãos ocupadas e o motorista correndo muito, a moça fica sem jeito, envergonhada, sem saber mesmo o que fazer.
De repente, joga todas as coisas que portava na mão em cima de um dos bancos e o cobrador continua a olhar a cena, não se dispõe a ajudar a professora, apenas olha com olhos maliciosos, a coitada, cada vez mais nervosa ...
Agarra com veemência ao ferro do ônibus e tenta fecha os botões, sem se dar conta de que abotoará tudo errado.
Abre-o outra vez, expondo seu corpo aos olhares de todos que se encontram no coletivo. Mais nervosa que antes, trêmula e envergonhadíssima tenta mais uma vez fechar as vestes.
Agora sim, consegue.
Aliviada, pega seus pertences, pois já estava próxima a parada onde ficaria .
Agarra-se ao cordão de pedido de parada...
Mais um arranque do motorista destrambelhado...
Em meio a mais um grande susto, a moça anda apressadamente para sair daquele inferno...
Aproxima-se dos degraus de descida que também são três.' Não olha em direção ao motorista diante de tanta indignação que sente pelo que há pouco passara.
O motorista a chama. - Moça?
-Tenha um ótimo dia!
Baixa a cabeça e pensa:
- Miserável, ainda tem coragem de me dirigir a palavra!
Desce do ônibus, quase tropeçando.
O sinal fecha.
Anda apressadamente em direção a outra parada de ônibus; ainda enfrentará outra condução até chegar à escola.
Quando o sinal abre, a professorinha já aguardar o próximo ônibus na parada, ouve um grande barulho da buzina do ônibus do qual a pouco havia descido e de lá, em coro, cobrador e motorista gritam.
- Gostosa! Vê se amanhã vem com esse vestido dinovo!
Sem graça, pensa:
- Onde já se viu...
Um jovem aproxima-se e gentilmente pergunta se ele quer ajuda. Ela aceita.
Ele a ajuda a segurar as sacolas, até que vem o próximo coletivo a ser pegado.
Por coincidência, o moço gentil também irá pegar a mesma condução e a ajuda.
Mais uma vez sobe os degraus e um pequeno corredor até chegar a borboleta passa por esta paga a passagem e acomoda-se em um dos assentos. Em seguida o rapaz gentil senta-se a seu lado e puxa um papo.
- Você é professora?
-Sim!
- Percebi pelos materiais carregados, disse ele.
A conversa foi ficando animada.
Ao chegarem ao destino, tendo agora que se separar, pois cada um ma para lugares distintos,
O moço disse!
- Você tem um corpo lindo...
- Não entendi! Disse ela.
E o moço afastou-se a dizer...
- Eu a vi com o vestido todo aberto. És linnnnda mesmo!!!
Foi-se, sem permitir que a professora dissesse nada.
Ela pensou.
- Estes homens são todos uns... e rasgou um palavrão...
Na vida acontecem coisas que a gente nem imagina!!!!
Aidil braga
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